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Após quatro dias sem ônibus, Prefeitura tenta manter isenção milionária ao Consórcio Guaicurus
Após quatro dias sem ônibus, Prefeitura tenta manter isenção milionária ao Consórcio Guaicurus

Proposta apoiada pela prefeita Adriane Lopes contou com voto favorável de 15 vereadores e prevê renúncia de R$ 37 milhões em ISS

A tentativa da prefeita Adriane Lopes (PP) de manter a isenção do Imposto Sobre Serviço de Qualquer Natureza (ISSQN) ao Consórcio Guaicurus, responsável pelo transporte coletivo urbano na Capital, gerou forte reação na Câmara Municipal e na sociedade após uma greve que deixou cerca de 100 mil usuários sem transporte por quatro dias. Nas últimas sessões legislativas de 2025, 15 vereadores votaram a favor do benefício fiscal, mesmo diante das críticas pela crise no transporte público resultado que, apesar de numérico, não foi suficiente para aprovar a proposta por falta do quórum qualificado exigido pela Casa de Leis.

A proposta encaminhada pelo Executivo visava a renovação da isenção fiscal ao Consórcio Guaicurus, que está em vigor desde junho de 2013 e, segundo dados apresentados, resultou em renúncia de aproximadamente R$ 37,28 milhões em ISS nos últimos cinco anos. A prefeita e seus defensores no Legislativo argumentaram que o incentivo serviria para manter o valor da tarifa e suportar custos operacionais, além de ser uma prática que ajuda na sustentabilidade do sistema.

Contudo, a proposta foi derrotada por 10 votos contra 15 favoráveis, insuficientes para alcançar os 20 votos necessários (dois terços) para aprovação.

Vereadores que votaram a favor da isenção do ISS

Os parlamentares que apoiaram a manutenção do benefício ao Consórcio Guaicurus foram:

Beto Avelar (PP)

Carlos Augusto Borgers, o Carlão (PSB)

Clodoilson Pires (Podemos)

Jamal Mohamed Salem, o Dr. Jamal (MDB)

Lívio Leite, o Dr. Lívio (União Brasil)

Victor Rocha (PSDB)

Herculano Borges (Republicanos)

Wilton Celeste Candelorio, o Leinha (Avante)

Neto Santos (Republicanos)

Otávio Trad (PSD)

Juari Lopes Pinto, o Professor Juari (PSDB)

Riverton Francisco de Souza, o Professor Riverton (PP)

Rafael Tavares (PL)

Ronilço Cruz de Oliveira, o Ronilço Guerreiro (Podemos)

Silvio Eduardo Alves Pena, o Silvio Pitu (PSDB)

Francisco Carvalho, o Veterinário Francisco (União)

Vereadores que votaram contra

Os parlamentares que se posicionaram contra a renovação da isenção foram:

André Salineiro (PL)

Ana Portela (PL)

Fabio Rocha (União Brasil)

Flávio Pereira Moura, o Flávio Cabo Almi (PSDB)

Jean Ferreira (PT)

Landmark Ferreira (PT)

Luiza Ribeiro (PT)

Maicon Nogueira (PP)

Marquinhos Trad (PDT)

Wilson Lands (Avante)

Repercussão e contexto político

A votação ocorreu em meio a forte pressão da população e de setores da sociedade civil em razão da greve dos motoristas do transporte coletivo. A paralisação, iniciada no início da semana, durou quatro dias e só foi encerrada com um acordo homologado no Tribunal Regional do Trabalho, que garantiu a regularização de pagamentos atrasados, incluindo parte da folha e o 13º salário dos trabalhadores.

Diversos vereadores contrários à isenção argumentaram que não seria o momento adequado para conceder incentivos fiscais ao Consórcio, justamente quando a crise no transporte público expôs falhas na prestação do serviço e na gestão dos recursos. Alguns, inclusive, defenderam maior fiscalização e a adoção de outras soluções para o problema.

Por sua vez, a prefeita Adriane Lopes defendeu a proposta, afirmando que a isenção fiscal é uma das ferramentas que ajudam a manter a tarifa mais baixa para a população e que o Consórcio tem papel fundamental na operação do transporte urbano.

O impasse político e a crise do transporte coletivo devem continuar no debate público em 2026, com possibilidade de reapresentação de projetos similares e novas propostas para estruturar o setor na Capital.

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