O anúncio de que o senador Flávio Bolsonaro seria a aposta da família para disputar a Presidência da República em 2026 provocou forte reação no centrão. Nas últimas 72 horas, dirigentes do bloco relataram que o gesto foi interpretado como improvisado, unilateral e incapaz de reorganizar o campo da direita. A avaliação predominante é de que a família Bolsonaro tentou impor uma adesão automática ao nome de Flávio — e não obteve sucesso.

De acordo com interlocutores políticos próximos ao Palácio do Planalto, a informação que realmente alterou o cenário foi a confirmação de que Jair Bolsonaro não será candidato nas próximas eleições. Essa definição dissipou o temor que travava parte das articulações internas e abriu espaço para que partidos do centro-direita, antes alinhados ao ex-presidente, passassem a se movimentar com mais liberdade.

A tentativa de transferir o protagonismo político de Jair para Flávio, no entanto, não encontrou receptividade entre as principais lideranças do centrão. Dirigentes avaliam que o senador não possui, até o momento, a mesma capacidade de mobilização e influência do pai, o que dificulta a consolidação de seu nome como liderança nacional.

Nos bastidores, partidos que antes orbitavam o bolsonarismo já discutem alternativas e possíveis alianças para 2026, buscando construir uma candidatura competitiva que represente o campo conservador, mas sem a dependência direta da família Bolsonaro. O movimento indica um redesenho das forças políticas à direita, com o centrão assumindo papel cada vez mais decisivo nas articulações para o próximo pleito presidencial.