Apoio a Ciro Gomes (PSDB) no Ceará revela divisões no partido e enfraquecimento da liderança de Jair Bolsonaro após prisão
O impasse envolvendo o apoio da família Bolsonaro ao pré-candidato Ciro Gomes (PSDB) no Ceará trouxe à tona uma série de conflitos internos no Partido Liberal (PL), evidenciando disputas de poder e divergências estratégicas que ultrapassam as fronteiras do estado.

O PL, que até recentemente operava sob uma espécie de comando compartilhado entre Valdemar Costa Neto e Jair Bolsonaro, enfrenta um momento de instabilidade política. A prisão do ex-presidente, que cumpre pena em regime fechado desde o mês passado após condenação no processo sobre a tentativa de golpe de Estado, intensificou os atritos e abriu espaço para novas lideranças disputarem influência dentro da legenda.
Nos bastidores, aliados de Bolsonaro demonstram insatisfação com a condução do partido em alguns estados, especialmente onde o PL busca alianças fora do eixo bolsonarista tradicional. O caso do Ceará, com o apoio a Ciro Gomes, é visto como um símbolo dessa reconfiguração interna, que coloca em xeque a unidade do grupo e o futuro da sigla nas próximas eleições.
Analistas políticos apontam que o enfraquecimento da figura de Bolsonaro, somado às divergências regionais, pode levar o PL a uma fragmentação ainda maior, com lideranças locais buscando autonomia e novas alianças. Enquanto isso, Valdemar Costa Neto tenta equilibrar as pressões internas e manter o partido coeso diante de um cenário nacional cada vez mais polarizado.
O episódio no Ceará, portanto, não se resume a uma disputa eleitoral isolada, mas reflete um momento de transição e incerteza dentro do PL, que tenta redefinir sua identidade política em meio à ausência de seu principal líder.


Comentários