Tarifaço imposto desde agosto é parcialmente revertido após avanço diplomático
Os Estados Unidos anunciaram nesta quinta-feira (20) a redução a zero das tarifas de 40% aplicadas sobre diversos produtos agrícolas brasileiros. A decisão, publicada em ordem executiva da Casa Branca, vale para itens que entraram no país a partir de 13 de novembro e ocorreu após uma conversa direta entre o presidente eleito Donald Trump e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 6 de outubro.

Segundo fontes diplomáticas, Trump afirmou que a medida foi tomada após o diálogo com Lula e aproveitou para elogiar o presidente brasileiro, destacando que a negociação foi “franca, produtiva e estratégica para os dois países”.
Produtos beneficiados
Com a medida, foram retiradas as sobretaxas sobre:
carne bovina fresca, resfriada ou congelada;
café;
cacau;
frutas tropicais;
vegetais;
raízes;
sucos cítricos;
fertilizantes.
Outros setores, como máquinas agrícolas, veículos, autopeças, químicos, siderúrgicos e têxteis, continuam pagando os 40% de tarifa.
Impacto imediato
A decisão chega em um momento de forte pressão do agronegócio brasileiro, que cobrava uma reação diplomática ao tarifaço imposto desde agosto. Mesmo com a flexibilização, o governo americano mantém o estado de emergência que justificou o aumento das tarifas e poderá reajustar as alíquotas caso considere que o Brasil não atende plenamente às exigências dos EUA.
Importadores poderão solicitar reembolso das tarifas pagas desde o início da retroatividade da medida, o que deve gerar alívio para cadeias exportadoras, além de contribuir para a contenção de preços no mercado norte-americano.
Negociações seguem até dezembro
O chanceler Mauro Vieira informou que o Brasil já apresentou aos EUA uma “proposta geral” e espera avançar para um acordo inicial até dezembro.
A sinalização positiva de Trump, somada ao elogio público a Lula, é vista por analistas como um gesto diplomático relevante e que pode abrir espaço para novas negociações comerciais entre os dois países.


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