Segundo Simone, município não consegue pagar nem a folha complementar, mas assume novos gastos sem critério
A vereadora Simone Gomes usou a tribuna da Câmara Municipal para criticar a decisão da Prefeitura de Coxim de avançar com uma nova contratação para a limpeza urbana, mesmo com o município enfrentando dificuldades financeiras, dívidas acumuladas e atrasos no pagamento de servidores. Para ela, o momento é “totalmente inadequado” para assumir novos compromissos enquanto pendências básicas não são regularizadas.

De acordo com Simone, a licitação da limpeza pública prevê um investimento de quase R$ 3 milhões, valor que ela considera incompatível com a realidade financeira atual da administração municipal.
Dívidas com o IMPC colocam aposentadoria de servidores em risco
Simone chamou atenção para débitos relacionados ao IMPC (Instituto Municipal de Previdência de Coxim). Segundo ela, a prefeitura deixou de repassar:
R$ 554,03 referentes à contribuição dos servidores, já descontados em folha;
Quase R$ 8 milhões da dívida patronal, também não repassada ao instituto.
A vereadora alertou que essa situação coloca em risco direto a aposentadoria futura dos servidores municipais. Ela destacou ainda que vereadores como Jeferson e Adriana, assim como ela própria, são servidores de carreira e podem ser prejudicados pelos atrasos.
Horas extras não pagas e servidores pedindo ajuda
Durante seu discurso, Simone relatou que servidores da Secretaria de Obras procuraram vereadores pedindo socorro. Eles afirmam que há horas extras realizadas e não pagas, e que a prefeitura teria sinalizado que não pretende honrar esses valores.
Simone reforçou que “horas feitas são horas pagas” e destacou que muitos advogados já estão prontos para ingressar na Justiça caso o impasse continue.
“Não vamos brincar com o servidor público. Se eles fizeram as horas, foi alguém que mandou. Eles não podem ser penalizados por decisões de terceiros”, disse.
Momento inadequado para nova contratação milionária
Com uma lista de débitos, atrasos e dificuldades para manter a folha salarial, Simone considera injustificável que o município dê início a uma contratação de quase R$ 3 milhões para limpeza urbana neste momento.
“Como investir quase R$ 3 milhões em limpeza urbana enquanto não se consegue pagar a folha complementar? O município precisa de critérios antes de parcelar dívidas e assumir novos compromissos”, criticou.
“O mandato é do povo”
Ao encerrar a fala, Simone destacou que suas cobranças refletem o compromisso com a população e com os servidores municipais:
“A Simone cobra porque mandam documentos pela metade. O mandato é do povo e estou aqui para isso. Conte conosco.”


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