Conversas indicam interferência direta, pressões e perseguição política contra parlamentares de oposição

Um áudio vazado de uma reunião secreta envolvendo o prefeito de Coxim, Edilson Magro (PP), escancarou um plano do Executivo para interferir diretamente nas decisões da Câmara Municipal e perseguir vereadores que vinham questionando a gestão. A conversa, que circula em grupos de WhatsApp da cidade, traz o prefeito, o vice Flávio Dias (PSDB), o então presidente da Câmara Luiz Eduardo (PP) e outros vereadores da base discutindo estratégias para “passar o facão” em quem é considerado oposição.

A reunião ocorreu poucos dias antes da eleição da Mesa Diretora da Câmara. No encontro, o prefeito é duramente cobrado por aliados por supostas falhas na articulação política, já que a oposição acabou vencendo a disputa pela presidência. O clima é tenso: os próprios vereadores da base pressionam Edilson a tomar decisões mais “firmes” contra quem não está totalmente alinhado ao governo.

Interferência explícita no Legislativo

As falas do áudio deixam claro que o grupo discutiu estratégias para controlar votações na Câmara, usando cargos, atendimentos e ações da Prefeitura como moeda de troca.

O vice-prefeito chega a defender que é preciso “matar a raiz” da oposição, enquanto Luiz Eduardo cobra que o prefeito coloque “alguém para articular” com o Legislativo, reforçando a tentativa de interferência direta do Executivo.

Outro ponto levantado pelos vereadores da base é a ausência de membros do governo durante as sessões, o que — segundo eles — prejudica a defesa do Executivo. O chefe de gabinete, Augusto Marques, e o diretor-geral da Prefeitura, Carlos Henrique, são citados como falhas na engrenagem política do governo.

Manifestação dos envolvidos

A Folha Publicitária reforça que o espaço está totalmente aberto para que o prefeito Edilson Magro, os vereadores citados e todos os demais envolvidos apresentem suas versões, esclarecimentos ou contrapontos sobre o conteúdo da reunião e os fatos mencionados nesta reportagem.