Enquanto deputados do Estado ajudaram a aprovar a proposta que protege parlamentares de investigações, senadores prometem barrar o avanço

A chamada PEC da Blindagem, aprovada com urgência pela Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (17), encontra forte resistência no Senado Federal. O texto, que limita a abertura de investigações contra parlamentares sem autorização do Congresso, passou na Câmara por 344 votos a 133, com parte da bancada de Mato Grosso do Sul apoiando a medida.

No primeiro turno, quatro dos oito deputados federais sul-mato-grossenses votaram a favor da proposta. Já na votação seguinte, com ajustes no texto e defesa de sigilo em processos contra parlamentares, cinco dos oito acabaram alinhados ao projeto.

No entanto, no Senado, a tendência é diferente. Dois dos três representantes de Mato Grosso do Sul já se declararam contrários. Nelsinho Trad (PSD) afirmou que a PEC reduz a transparência e ameaça a confiança da sociedade nas instituições:

“Sou contrário à ‘PEC da Blindagem’, que reduz transparência e gera desconfiança. O Senado precisa garantir respeito à Constituição e ao interesse público”, declarou.

A posição de Nelsinho converge com a dos deputados federais Vander Loubet (PT), Camila Jara (PT) e Geraldo Resende (PSDB), que também votaram contra a proposta na Câmara.

A senadora Soraya Thronicke (Podemos) também se manifestou contra, criticando a postura da Câmara ao priorizar pautas que, segundo ela, não atendem às necessidades reais da população:

“Sou CONTRA! Votarei NÃO! Todos os brasileiros, gostando ou não de mim ou de qualquer outro parlamentar, precisam de soluções para inúmeros problemas. A @camaradeputados parou o País para resolver problemas pessoais de alguns membros. E há ainda na população quem apoie… é inacreditável a dissonância cognitiva coletiva que essa seita produziu. Quanta tristeza”, publicou Soraya em suas redes sociais.

Entre os deputados federais que se alinharam ao texto na Câmara estão Rodolfo Nogueira (PL), Marcos Pollon (PL), Beto Pereira (PSDB), Luiz Ovando (PP) e Dagoberto Nogueira (PSDB) — este último surpreendendo pelo voto favorável.

Agora, com a proposta em análise no Senado e sem regime de urgência, a expectativa é de debates mais longos e maior resistência à chamada PEC da Blindagem.