Escândalo atinge núcleo do governo Milei e expõe contradições do discurso anticorrupção
O Ministério Público da Argentina abriu uma investigação sobre a possível participação de Karina Milei, irmã do presidente Javier Milei e atual secretária da Presidência, em um esquema de corrupção envolvendo contratos públicos e a farmacêutica Suizo Argentina.
De acordo com áudios revelados pela imprensa, o ex-diretor da Agência Nacional para Pessoas com Deficiência, Diego Spagnuolo, afirma que parte do dinheiro de contratos de compra de medicamentos era desviada para o pagamento de propina. Ele calcula que o valor desviado poderia chegar a 8% de cada contrato, montante equivalente a US$ 500 mil a US$ 800 mil por mês, sendo que Karina Milei receberia cerca de 3%.
Spagnuolo também declarou que já havia alertado o presidente sobre as irregularidades e afirmou guardar mensagens trocadas com Karina. Apesar disso, Milei decidiu exonerá-lo do cargo na semana passada.
O caso ganhou ainda mais repercussão após a prisão de um dos irmãos Kovalivker, sócios da farmacêutica, quando tentava fugir com US$ 266 mil em espécie (cerca de R$ 1,4 milhão). O outro sócio segue foragido.
Milei defende irmã em ato público
Na segunda-feira (25), durante um evento no interior da província de Buenos Aires, o presidente não respondeu diretamente às denúncias. Em vez disso, pediu aplausos para a irmã, que coordena a campanha de seu partido para as eleições legislativas previstas para daqui a duas semanas.
Milei atribuiu as acusações à oposição kirchnerista, acusando-a de tentar desestabilizar o governo:
— “Eles estão incomodados porque estamos roubando deles os roubos”, declarou.


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