Deputado é alvo de pedidos de cassação após articular tarifaço com Trump e acumular faltas, salários e gastos mesmo longe da Câmara
Em um ano marcado por ausências, articulações internacionais e polêmicas, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) trabalhou apenas 13 dias em todo o ano de 2025. Apesar disso, não deixou de receber R$ 136 mil em salários e gastou mais de R$ 603 mil em verbas de gabinete e cota parlamentar — valores pagos pelos cofres públicos.
Enquanto pouco comparecia às sessões no Congresso, Eduardo passou a atuar ativamente nos Estados Unidos, onde se envolveu diretamente na articulação do chamado “tarifaço” anunciado pelo presidente Donald Trump contra o Brasil. A medida, segundo aliados do governo, foi estimulada por Eduardo em retaliação aos processos que tramitam contra seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), atualmente réu por tentativa de golpe de Estado.
Em carta enviada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Trump criticou as ações penais contra Bolsonaro, o que foi interpretado como mais uma ofensiva internacional com aval do deputado brasileiro.
Desde março, Eduardo está formalmente licenciado, mas antes disso já acumulava faltas — cinco delas sem qualquer justificativa apresentada. Mesmo ausente do país e sem exercer sua função parlamentar, seguiu usufruindo dos benefícios do cargo.
A conduta gerou reações no Congresso e já motivou pelo menos cinco pedidos de cassação de mandato apresentados em julho. Parlamentares acusam Eduardo de agir contra os interesses nacionais, além de manter uma postura de negligência com suas obrigações legislativas.
A crise de imagem cresce num momento em que o país enfrenta desafios econômicos e busca reforçar sua presença internacional. Para muitos, a atuação de Eduardo Bolsonaro fora do Brasil se distancia cada vez mais do papel de um representante eleito pelo povo — mas continua custando caro ao contribuinte.


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