População questiona: é hora de endividar ainda mais o município?
Em uma votação acirrada, a Câmara Municipal de Coxim aprovou nesta terça-feira (16) o polêmico Projeto de Lei enviado pela Prefeitura que autoriza a contratação de um empréstimo de até R$ 20 milhões junto à Caixa Econômica Federal, por meio do programa FINISA (Financiamento à Infraestrutura e ao Saneamento). A proposta foi aprovada por 7 votos a 5.

O projeto gerou ampla discussão na cidade, principalmente por chegar em um momento em que o município enfrenta dificuldades financeiras, atrasos em serviços públicos e queixas constantes da população sobre a falta de investimentos básicos.
Segundo a justificativa da Prefeitura, os recursos serão destinados à execução de obras de pavimentação, revitalização da área central, saneamento, aquisição de maquinários e modernização da frota pública. No entanto, o próprio Executivo reconhece, no documento enviado à Câmara, que a arrecadação atual do município não tem sido suficiente para atender nem às demandas mais urgentes.
Quem votou a favor e quem foi contra?
Votaram a favor do empréstimo:
Abílio
William Meira
Marquinhos Vaz
Guerra Gai
Batista Pescador
Lucia da AAVC
Marcinho
Votaram contra:
Adriana Nabhan
Lourdes
Simone Gomes
Mauricio Helpis
Jefferson Aislan
O que está em jogo?
Na prática, a aprovação permite que a Prefeitura busque o financiamento mesmo sem garantia da União. Isso significa que, em caso de inadimplência, parte dos repasses constitucionais, como o Fundo de Participação dos Municípios (FPM), pode ser bloqueada como garantia do pagamento da dívida.
Os vereadores contrários ao projeto questionaram a falta de um planejamento mais detalhado por parte do Executivo e cobraram mais transparência sobre como os recursos serão aplicados. Durante a tramitação, o projeto chegou a ser suspenso temporariamente para que a Prefeitura apresentasse estudos de viabilidade, cronograma de obras, impacto financeiro e outros documentos exigidos pela Câmara.
Agora, com a aprovação, o município está autorizado a formalizar o contrato com a Caixa. Resta saber se o valor será, de fato, aplicado de forma eficiente, transparente e em benefício direto da população.
Enquanto isso, muitos moradores seguem convivendo com ruas esburacadas, problemas no atendimento básico e a sensação de que a conta, mais uma vez, ficará com o povo.


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