Projeto enviado à Câmara pede autorização para empréstimo milionário; população questiona se é hora de endividar ainda mais o município
Em meio a constantes reclamações sobre a falta de recursos, atrasos em serviços e dificuldades financeiras enfrentadas pelo município, a Prefeitura de Coxim surpreende ao enviar para a Câmara Municipal um projeto de lei solicitando autorização para contrair um empréstimo de até R$ 20 milhões junto à Caixa Econômica Federal, por meio do programa FINISA.
O dinheiro, segundo a justificativa oficial, seria destinado a obras de infraestrutura, pavimentação, revitalização da área central e compra de maquinários. A proposta chega em um momento delicado, em que o próprio Executivo admite, no documento, que a arrecadação municipal não tem sido suficiente sequer para atender às demandas básicas com a agilidade necessária.
Ou seja, se falta dinheiro até para manter os serviços essenciais, como a Prefeitura pretende assumir mais uma dívida que comprometerá as finanças do município nos próximos anos?
O projeto de lei, que ainda será analisado pelos vereadores, permite que a Prefeitura contrate o financiamento com ou sem garantia da União. Na prática, isso significa que, se Coxim não conseguir arcar com os pagamentos, parte dos repasses constitucionais, como o Fundo de Participação dos Municípios (FPM), poderá ser bloqueada como garantia.
O próprio documento enviado pelo Executivo reconhece que as fortes chuvas agravaram a situação da cidade, com danos em ruas, alagamentos e erosões. Mas a pergunta que surge é: por que o município não se planejou para enfrentar essas situações? E, mais ainda, como justificar mais uma dívida em um cenário de evidente fragilidade financeira?
Entre promessas de pavimentação, melhorias na mobilidade e aquisição de equipamentos, paira uma dúvida legítima entre os moradores: será que esse dinheiro, caso aprovado, realmente será bem aplicado? Ou a conta, como sempre, vai sobrar para a população, que já convive com buracos nas ruas, serviços precários e impostos cada vez mais pesados?
Agora, a responsabilidade está nas mãos dos vereadores, que precisarão decidir se autorizam ou não essa nova dívida que pode impactar o futuro financeiro de Coxim por muitos anos.


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