Deputada foi condenada a 10 anos de prisão por invasão de sistema do CNJ e falsidade ideológica

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) deixou o Brasil dias após ser condenada pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) a dez anos de prisão. A parlamentar foi considerada culpada pelos crimes de invasão de dispositivo informático e falsidade ideológica, em decorrência do envolvimento na invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em parceria com o hacker Walter Delgatti.

A sentença, que também prevê a perda de seu mandato, foi decidida de forma unânime pelos ministros do STF. Além da pena de prisão, Zambelli e Delgatti terão que pagar juntos uma indenização de R$ 2 milhões.

Em transmissão ao vivo nas redes sociais, Zambelli confirmou que está na Europa, afirmando que viajou para dar continuidade a um suposto tratamento médico. A defesa da parlamentar reforça essa justificativa e informou que ela deve pedir licença do mandato nos próximos dias.

O episódio, no entanto, gerou forte reação no meio jurídico e político. Para juristas, a saída do país, mesmo comunicada publicamente, pode ser interpretada como tentativa de obstrução da Justiça, o que pode agravar sua situação legal. A jurisprudência do próprio STF prevê que não é necessário que a fuga seja clandestina para ser caracterizada como tal.

Antes de deixar o país, Zambelli também pediu doações via Pix a seus apoiadores, alegando ser vítima de perseguição política — estratégia semelhante à adotada por outros aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro em situações semelhantes.

Agora, o Supremo Tribunal Federal avalia os próximos passos, incluindo um possível pedido de prisão preventiva. A Câmara dos Deputados também deverá ser acionada para analisar o pedido de licença e, eventualmente, a perda definitiva do mandato de Carla Zambelli.