Críticos afirmam que a medida repete políticas do passado, que resultaram em aumento de execuções sumárias e fortalecimento das milícias no Rio
A Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) aprovou, nesta semana, a chamada “gratificação faroeste”, que prevê um bônus para policiais que mais matarem em serviço. A proposta gerou forte repercussão e preocupação entre especialistas em segurança pública e direitos humanos.

A medida remete a experiências semelhantes nos anos 1990, quando políticas de incentivo à letalidade policial resultaram em mais execuções sumárias, aumento da violência contra jovens negros das periferias e no fortalecimento das milícias.
Ex-relator da CPI dos Autos de Resistência, que investigou casos de mortes provocadas por ações policiais, lembrou que a prática já se mostrou desastrosa para o estado. Segundo ele, policiais precisam ser valorizados, mas por meio de planos de carreira, melhores condições de trabalho e formação contínua, não pelo estímulo à morte.
Para especialistas, segurança pública se constrói com respeito à vida e estratégias que unam prevenção, inteligência policial e políticas sociais, e não com incentivos que podem agravar ainda mais a violência no Rio de Janeiro.


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