Nós usamos cookies para melhorar sua experiência de navegação no portal. Ao acessar o site, você concorda com a política de utilização de cookies.

70% dos deputados são contra o fim do 6x1 mas seguem ampliando seus próprios privilégios
70% dos deputados são contra o fim do 6x1 mas seguem ampliando seus próprios privilégios

Enquanto a maioria dos parlamentares barra avanços para a classe trabalhadora, como o fim da exaustiva jornada 6x1, regalias seguem intocáveis no topo do poder

A Câmara dos Deputados aprovou nesta semana, por 209 votos a favor e 165 contra, um projeto que cria 200 novos cargos comissionados no Supremo Tribunal Federal (STF), ao custo de mais de R$ 7,8 milhões por ano. A proposta, que teve origem no próprio STF e foi encaminhada ao Congresso pelo presidente da Corte, ministro Luís Roberto Barroso, agora segue para análise no Senado.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

O projeto prevê cargos em comissão do tipo CJ-1, com salários que variam de R$ 6 mil a R$ 13 mil, sem a exigência de concurso público. A justificativa apresentada é a necessidade de modernização e ampliação da estrutura da Corte.

Mas a decisão tem causado indignação fora das cúpulas do poder.

Enquanto isso, do lado de fora dos gabinetes refrigerados e das sessões plenárias, milhões de brasileiros enfrentam uma dura realidade: jornadas de trabalho de 44 horas semanais, com apenas um dia de descanso o popularmente conhecido regime 6x1. São trabalhadores de comércios, serviços gerais, supermercados, fábricas e tantas outras funções essenciais, que acordam cedo, enfrentam transporte público lotado e recebem, em média, pouco mais de um salário mínimo por mês.

A diferença de realidade é gritante

Um deputado federal, como os que aprovaram esse projeto, recebe mais de R$ 44 mil por mês em salário e verbas indenizatórias. Além disso, contam com passagens aéreas, auxílio-moradia, verba de gabinete, plano de saúde vitalício e, em muitos casos, aposentadoria integral após poucos mandatos. Já o trabalhador comum, se quiser se aposentar, precisa contribuir por décadas e, mesmo assim, muitas vezes recebe menos do que o necessário para sobreviver com dignidade.

A criação de cargos sem concurso também desperta preocupação com o inchaço da máquina pública e a possível distribuição de apadrinhamentos políticos. Em um país onde 1 a cada 5 crianças vive em situação de insegurança alimentar grave, decisões como essa soam como um tapa na cara da população.

O contraste é claro: enquanto o trabalhador é cobrado por produtividade e pontualidade, com direito a advertência e demissão, políticos seguem garantindo privilégios e ampliando estruturas de poder sem transparência suficiente e com pouco retorno real à sociedade.

O debate está posto: o Brasil precisa escolher se quer continuar sustentando uma elite política com privilégios ou se terá coragem de reformar, de verdade, as estruturas do poder em favor de quem trabalha de sol a sol para manter esse país funcionando.

Notícias Relacionadas

Comentários