Nos últimos anos, um fenômeno tem chamado atenção nas redes sociais e em reportagens pelo mundo todo: os bonecos reborn. Conhecidos por sua impressionante semelhança com bebês reais, eles dividem opiniões, encantam colecionadores, mas também despertam controvérsias.

O que é um boneco Reborn?
O termo reborn, que significa "renascido" em inglês, se refere a bonecos hiper-realistas, feitos artesanalmente para se parecerem com bebês recém-nascidos. Cada detalhe é cuidadosamente produzido: tons de pele, veias, marcas de nascença, textura, cílios, cabelos implantados fio a fio e até cheirinho de bebê.

Os reborn surgiram na década de 1990, inicialmente entre artistas e colecionadores que buscavam criar versões mais realistas de bonecas. Com o tempo, esse mercado cresceu e se popularizou em diferentes partes do mundo, inclusive no Brasil.

Por que eles geram polêmica?
Apesar de serem considerados obras de arte por muitos, os bonecos reborn frequentemente se tornam alvo de críticas e debates.

Algumas das polêmicas giram em torno dos seguintes pontos:

Impacto emocional: Algumas pessoas usam os reborn como forma de lidar com traumas, como perdas gestacionais, luto ou a impossibilidade de ter filhos. Isso gera discussões sobre os limites entre terapia, arte e saúde mental.

Choque social: Há casos de pessoas que tratam os bonecos como bebês de verdade — saem para passear com eles em carrinhos, compram roupas, fazem ensaios fotográficos e até simulam cuidados diários. Isso costuma gerar estranhamento e, muitas vezes, críticas por parte de quem não compreende essa relação.

Questões éticas: Alguns especialistas questionam se esse tipo de prática pode mascarar problemas emocionais que precisariam ser tratados profissionalmente. Por outro lado, artistas e colecionadores defendem que os reborn oferecem conforto e bem-estar para quem escolhe adotá-los.

Exposição na internet: Outro ponto que gera debate é a divulgação de vídeos de simulação de rotinas com os bonecos, o que muitas vezes causa confusão entre internautas que não percebem, de imediato, que se trata de uma boneca.

Um mercado que não para de crescer
Apesar das polêmicas, o mercado dos bonecos reborn é próspero. As peças podem custar de R$ 500 a mais de R$ 10 mil, dependendo do nível de realismo, do material utilizado e do trabalho do artista.

Além dos colecionadores, muitas pessoas compram os reborn como presente, item decorativo ou, de fato, como forma de suprir questões emocionais.

Arte, terapia ou exagero?
A discussão sobre os reborn está longe de ter um consenso. Para alguns, eles são uma expressão artística legítima, que encanta pela riqueza de detalhes e pelo talento dos artesãos. Para outros, especialmente quando há a simulação intensa de uma maternidade, pode soar como uma distorção da realidade.

O fato é que, gostando ou não, os bonecos reborn seguem despertando curiosidade, emoções e reflexões sobre os limites entre arte, afeto e saúde mental.