Universidade acusa administração de agir ilegalmente e com motivações políticas; Washington cita "conduta pró-terrorista" da instituição
A Universidade de Harvard entrou com um processo contra o governo do ex-presidente Donald Trump nesta semana, após a Casa Branca anunciar uma proibição que impede a instituição de receber estudantes estrangeiros no próximo ano letivo, que começa em meados de 2025.

A medida afeta diretamente milhares de estudantes internacionais tanto os que já estudam na universidade quanto os que planejavam iniciar seus cursos de graduação ou pós-graduação. O Departamento de Estado alegou que a decisão é uma resposta à suposta “conduta pró-terrorista” da universidade, sem apresentar, até o momento, provas públicas que sustentem a acusação.
Em nota oficial, Harvard classificou a ação como “ilegal, discriminatória e motivada por retaliação política”, e afirmou que está lutando judicialmente para reverter a decisão, em defesa da liberdade acadêmica e dos direitos de seus alunos.
Contexto e Repercussão
A decisão da administração Trump ocorre em um contexto de crescente tensão entre universidades norte-americanas e o governo federal, especialmente após protestos estudantis relacionados ao conflito entre Israel e Palestina. Harvard, entre outras instituições, foi criticada por membros do governo por permitir manifestações consideradas “anti-Israel” ou “pró-Palestina” em seus campi.
Grupos de defesa dos direitos civis e entidades acadêmicas expressaram preocupação com a medida, que, segundo eles, compromete a autonomia universitária e prejudica a reputação internacional do ensino superior norte-americano.
Organizações como a Associação Americana de Universidades (AAU) e a Anistia Internacional já se pronunciaram em apoio à ação judicial de Harvard.
Próximos passos
A ação corre na Justiça Federal e, segundo especialistas, pode se tornar um caso emblemático sobre os limites da autoridade executiva em relação à imigração e à educação. A expectativa é que a decisão judicial preliminar saia nas próximas semanas.
Enquanto isso, estudantes internacionais vivem um momento de incerteza. Muitos já haviam se mudado para os Estados Unidos ou estavam com vistos aprovados quando receberam a notícia da proibição.


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