Entidade diz que poucas obras da CCRMSVia resultam em acidentes com mortes
A Federação Interestadual dos Trabalhadores na Movimentação de Mercadorias de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso (Feitramag MS/MT) solicita a suspensão imediata da cobrança de pedágio na BR-163, em Mato Grosso do Sul. A entidade argumenta que a concessionária responsável, CCR MSVia, obtém altos lucros sem realizar os investimentos necessários, o que contribui para a ocorrência de acidentes.

De acordo com informações divulgadas pela Federação, a concessionária arrecadou valores expressivos ao longo de uma década, mas a duplicação prometida da rodovia ainda não foi finalizada. A ausência desses investimentos, segundo a entidade, tem resultado em acidentes fatais.
O presidente da Feitramag MS/MT, José Lucas da Silva, defende a suspensão da cobrança até que as obras sejam retomadas e avancem significativamente. Além disso, ele propõe a construção de um anel rodoviário para desviar o tráfego de áreas urbanas em municípios como Bandeirantes, São Gabriel do Oeste, Coxim e Rio Verde de Mato Grosso.
José Lucas destaca os altos valores arrecadados pela concessionária sem que haja um retorno proporcional em melhorias na rodovia. Ele cita informações da imprensa e do deputado Junior Mochi (MDB), indicando que a empresa recebeu cerca de R$ 3,9 bilhões em recursos públicos até 2023, mas investiu apenas R$ 1,8 bilhão em melhorias.
Além disso, conforme dados apresentados pelo parlamentar, a arrecadação com pedágio chegou a R$ 3,6 bilhões ao longo do período, enquanto a duplicação da rodovia não foi concluída dentro dos prazos contratuais, deixando trechos inacabados.
A entidade enfatiza que essa situação coloca em risco os motoristas que transitam diariamente pela BR-163, tornando-a cenário frequente de acidentes graves, muitos deles fatais, devido à falta de infraestrutura adequada para suportar o fluxo intenso de veículos.
A Federação também menciona que houve diversas promessas de melhorias na rodovia, mas que, até o momento, não foram cumpridas ações efetivas para garantir a segurança dos usuários.
Procurada para comentar sobre a questão, a CCR MSVia informou que cumpre todas as obrigações contratuais estabelecidas pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). A concessionária destaca que mantém serviços de conservação, manutenção e atendimento aos usuários da rodovia, contando com 17 bases operacionais, mais de 80 viaturas e equipes disponíveis 24 horas por dia, tendo realizado mais de 1,3 milhão de atendimentos ao longo de dez anos.
Além disso, a CCR MSVia afirma ter investido mais de R$ 2,1 bilhões em infraestrutura, incluindo a duplicação de 150,4 quilômetros de pistas, instalação de bases operacionais, melhorias na segurança viária e manutenção do pavimento.
A concessionária também reforça que a tarifa de pedágio é definida conforme termo aditivo ao contrato de concessão e aprovada pela ANTT. Para maio deste ano, está previsto um novo processo competitivo para a BR-163/MS, por meio de leilão, cujo edital já foi autorizado e disponibilizado pela agência reguladora.


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